terça-feira, 8 de junho de 2010
Namorados
(Óscar Fuchs)
Imperatore, restaurante, luz de velas, casais jantando.... dia dos namorados. Deixo de lado o Buffet, até por que não sou nenhum gourmet. Analiso as pessoas.
Na mesa ao lado um casal de adolescentes bebendo refrigerante e, apesar da variedade de pratos, o indefectível bife com fritas. A adorada esposa e eu imaginamos aqueles namoradinhos recebendo uma mesada extra para um jantar romântico num restaurante de verdade e, por fim, comerem o mesmo que comem em qualquer fast food todos os dias. Trocaram presentes: um MP4 e um DVD, até onde pude perceber.
Noutra mesa um rapaz bastante glutão, despreocupado, vestindo um casaco daqueles que se usa em futebol e uma touca do Boca Juniors enfiada na cabeça, totalmente desleixado. A moça a seu lado, maquiada, vestida para uma ocasião especial, com luxo impecável, visivelmente irritada e de mau humor. Por quê seria?
A filha de um jovem casal, uma graciosa menininha, corre entre as mesas apontando os outros casais:
— Olha os namolados... quantos namolados! — E coloca as mãozinhas no rosto, fazendo carinha romântica.
Um senhor de idade avançada sorri sem graça quando ela aponta sua mesa. Já a moça a seu lado, exageradamente maquiada, continua séria e profissional.
A menininha chega à mesa onde dois senhores engravatados conversam. Ela aponta para eles e em seguida coloca o dedinho no canto da boca, murmurando:
— ...namolados...namolados... — Intrigada, permanece ao lado da mesa, olhando-os pensativa.
Cara de raivoso, um dos senhores diz entredentes ao outro:
— Putz! Logo hoje você tinha que marcar esse jantar de negócios?
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