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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Memoráveis

(Óscar Fuchs)


Já contei aqui. Vivia em Porto Alegre, no Alto Petrópolis. Minhas maiores façanhas são muito pequenas, perto das pessoas com as quais tive a sorte de me relacionar.
Dia desses, numa dessas reprises, vi na TV o enorme José Lewgoy, ator exemplar e consagrado que vivia no meu bairro, gênio da interpretação e um diamante do cinema, entre outros trabalhos. Atendi o Zé Lewgoy, já com sua bengala, várias vezes. Ele ia à papelaria e livraria onde eu era balconista. Nostalgia.
Além dele, que morava no meu bairro, atendi o Chagas, o Walmor, com sua cabeleira grisalha. Saudoso. Nostalgia. Walmor era, como se dizia à época, “gente fina”.
Ainda, como inexperiente e mangolão atendente de livraria, conheci Dona Mafalda, o anjo, de quem recebi lições de “como escrever”. Abençoado, fui eu. Quase tão abençoado quanto o Érico e o filho, o Luis Fernando. Só me falta todo o talento deles. 
Enfim, tendo convivido com tanta gente grandiosa e importante, o que poderia querer mais da vida? Ídolos com os quais nunca convivi, como Garcia Marquez, Graciliano, Josué Guimarães, Amado... já se foram.
Ahá! Me dei conta! Ainda posso encontrar o Umberto Eco, João Ubaldo Ribeiro, o Ariano Suassuna, o Luis Fernando Verissimo, O Edgar Vasques, o Santiago... nossa, quanta gente boa!
Vou viver... o máximo que eu puder. Uuuuuhhhhhuuuuu!

*Escrevi essa crônica na quinta-feira, 17, um dia antes de perder o  João Ubaldo... mas, Viva o Povo Brasileiro!