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quarta-feira, 7 de julho de 2010

ONOFRE, o novato no campo

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Bum!

(Óscar Fuchs)
Às vezes eu sento, começo a pensar e dou aquela filosofada. Antes me certifico de que o papel higiênico esteja por perto. A última filosofada foi essa: a relação entre teoria e prática.

É difícil passar da teoria à prática. Aquele espaço entre a euforia da concepção da idéia e a da sua realização material; entre a forma abstrata que alguma coisa tomou no cérebro do gênio e a sua forma sólida, visível, palpável.

Por exemplo, os pais da Leandra Leal tiveram a idéia de ter uma filha e passaram da teoria à prática. Hoje ela é competente, é linda, centrada, consciente, madura e, além de tudo, super sensual. É uma forma sólida, visível e palpável. Se ela gosta ou não de ser apalpada, já é outra coisa.

Vou tentar explicar. Tudo parte de uma idéia original — uma imagem, um estalo, um “click” — que provoca a primeira euforia. Quando estiver tudo pronto, materializado e concreto é que virá a segunda euforia, a da idéia acabada... e funcionando bem, como a Leandra.

Muitas vezes tenho uma idéia para uma charge, um cartum, uma estória em quadrinhos, uma crônica. Está tudo montado na minha cabeça, tudo certinho e azeitado, mas quando pego o papel não sai nada.

Vejamos o cientista. Ele teve uma idéia genial e está no laboratório tentando passar da teoria à prática:

— Uma pitada de enxofre, um pouco de nitrogênio, um tubo de... Bum!— Explode o laboratório.

O cientista estava com tudo anotado e estudado: o enxofre, o nitrogênio, o tubo de... e o resto não se sabe porque a fórmula explodiu junto com o cientista e o laboratório. Ele passou anos batendo na mesma tecla, matutando, imaginando, calculando e, finalmente, pensou que tinha chegado à “eureca!”, àquela segunda euforia. Porém, na hora da prática, bum!

Fiz-me entender? Não? Pra ver como é difícil passar da teoria à prática. Cadê o papel.... cadê o papel...