Doença
inflamatória e contagiosa que ataca o senso do ridículo. Pode ser
aguda ou crônica.
Aguda:
ataca em intervalos. O paciente passa a sentir a necessidade
irrefreável de usar determinado tipo de vestimenta, acessório,
corte de cabelo, etc. Após um período de convalescença, retoma a
consciência crítica, acarretando a recuperação.
Crônica:
também chamada de não tem mais jeito. O paciente vive em
estado de doença, adotando toda e qualquer tendência que
percebe na televisão e na internet. Nesse estágio, a doença já
afetou o cérebro e não permite distinguir excessos (cores,
comprimentos, exageros), levando o paciente a padecer de olha só
aquilo!, de tem cada tipo! e de que figura!, males
relacionados à falta de percepção da vítima de fashionite
crônica.
A
fashionite apareceu no século XIX, quando mulheres começaram a usar
armações incômodas e exageradas sob as saias. A mania se estendeu
para várias partes do mundo, dando início ao “modismo”. Com o
avanço dos meios de comunicação, “modismo” se globalizou e
recebeu influência de outras culturas, foi propagado e virou
“fashion”, donde vem a fashionite.
A
fashionite começou a ser transmitida por revistas, depois pelo
rádio, pelo cinema, mais tarde pela televisão e hoje se propaga com
virulência pela internet, por redes sociais, canais de youtube e
programas de TV que divulgam notícias e fofocas de sub-celebridades,
jogadores de futebol e pseudo-famosos, os principais vetores de
transmissão da doença às massas.
Sintomas:
Percebe-se a instalação da doença quando surgem alterações nos
pelos do corpo (corte de cabelos ridículo, barba exagerada, pelos
pubianos e sobrancelhas delineadas), na fisiologia (face distorcida,
glúteos trabalhados no silicone, bíceps, tríceps e seios
incompatíveis), alterações na fala e na inteligência,
repercutindo na forma de vestir e se comportar.
Hospitais,
clínicas e laboratórios farmacêuticos não estão preparados para
lidarem com a doença. Quando se fala da fashionite, a tendência -
palavra muito apropriada - é tornar-se uma pandemia. No
entanto, não se tem ainda uma projeção de até que ponto a doença
pode afetar as pessoas no futuro. Atualmente, rebolada até o
chão gravada e transmitida para o grupo do watsap foi considerado
o estágio mais avançado da doença.