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quarta-feira, 12 de março de 2014

Descoberta Científica

Ilustração meramente ilustrativa ilustrando a descoberta científica, o Anencefalus Paraensis

(Óscar Fuchs)

Riquíssima, a fauna brasileira. Dia desses descobriram um macaquinho que é “uma graça!”, segundo todos os conhecimentos biológicos de minha querida companheira. Nas palavras de sua amiga Mari: “Ah, que amooooor!”. Enfim, só tive opiniões abalizadas e com total isenção científica.
Dizem que o tal macaquinho só sai à noite, o que dificulta a captação de sua imagem. “Um safadinho boêmio!”, disse Afonsin, o marido da Mari. Para ver como as visões masculina e feminina são diferentes.
Esse introdutório todo para noticiar que um novo animal foi flagrado por câmeras. E, vejam só que acaso: esse novo animal foi flagrado num jogo de futebol, correndo na grama, ao longo da linha lateral direita, para lá e para cá, indo e voltando, sem parar e sem propósito algum.
Observadas as imagens, percebeu-se que ele não tinha cabeça. Porém, olhando mais atentamente, verificou-se que ele tinha uma crista! Ora, como ele pode ter uma crista na cabeça se ele não tem cabeça?
Após detidos estudos e análises das imagens, surgiu uma pergunta: e onde estaria seu cérebro? Sim, porque se ele não tem cabeça, onde se desenvolveria um cérebro? E a conclusão foi imediata: ele não tem cérebro!
A partir dessas informações, cientistas aventaram a possibilidade de ser um animal que “escapou” da extinção justamente por ser imbecil. E então o chamaram de Anencefalus Paraensis, um novo ser da natureza.
Já se havia falado dos dinossauros que, apesar de seu tamanho e de sua força imensurável, tinham um cérebro diminuto e ínfimo. Mas um animal com essa força e ímpeto, e sem cérebro, nunca se teve notícia. A descoberta mais intrigante, porém, é a de que animais sem cérebro conseguiram sobreviver ao grande cataclismo.
Pois ele existe. E foi flagrado num jogo de futebol, em alta definição. Os locutores e comentaristas esportivos de TV não perceberam... aliás eles não percebem nada mesmo, nem de futebol, que dizer de biologia.
O anencéfalo ia e voltava, correndo ao longo da linha lateral, só onde havia grama, sem nenhuma intenção aparente, aleatoriamente. Enfim, a primeira criatura sem cérebro já vista sobreviveu e está aqui, entre nós, ganhando muito mais que eu e você.
Pensando bem, talvez seja melhor não ter cérebro.