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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Futuro

A gente podemos

(Óscar Fuchs)

Uma vez eu tava escrevendo e fiquei na dúvida de como a gente devemos escrever um determinado verbo em concordância com o tempo e a pessoa. Passei dias na dúvida. Pesquisei e estudei até que aprendi a escrever certo.

Se nós pega o jeito que a gente falemos na rua todos os dias, é muito mais fácil escrevermos. Então o Ministério da Educação deve ter pensado isso quando aprovou aquele livro que permite erros, porque daí a gente não podemos exigir salário melhor pros professor e nem escola melhor. Afinal, mesmo que nós escreve tudo errado, ta certo.

No livro didático de português Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo Ministério da Educação para o ensino de jovens e adultos, os autor usa a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autor mostra que não há nenhum problema em usar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.

Todas as vez que algum pai de aluno ir reclamar na escola que seu filho não sabe falar e escrever direito, que os aluno não pode escreverem daquele jeito, que os professor não pode ensinarem aquilo, eles vai dizer pro pai:

— Agora, a gente podemos. O Ministério da Educação disse que nós não pode fazermos os alunos ser vítima de preconceito lingüístico.

A gente sabemos: o Ministério não tem como explicar porque os professor ganha tão pouco, nem porque deixa de construir as escola e nem como os aluno sai da escola formado sem saberem escrever e falar, então diz que é normal o jeito que nós falemos.

Já faz alguns ano que o Ministério ta tentando colocar os aluno com necessidades especial no ensino regular, como se os aluno assim não precisasse de atendimentos diferenciado. Tudo porque esses aluno é caro e exige investimento. A gente imaginamos: um aluno que precisa de atenção especial e de mais tempo, na mesma sala que outros 39 aluno. Das duas, uma: ou ele não vai acompanhar os outro, ou os outro vai ter que ficarem esperando por ele. E o cronograma do professor vai pro espaço junto com os plano de aula e o ensino.

Agora o Ministério ta querendo que os professor seja os jogador de futebol e os funkeiro, ensinando as pessoa a dizer nós vai, nós quer... enfim, eles deve estar gritando é nós! Aprender o errado a gente aprendemos em qualquer lugar, mas o certo a gente temos que procurar onde aprendermos. E as escolas existe pra isso, pra ensinar o certo.

E não venha vocês com esses papo que as elite cultural é que ta falando contra isso, que é os que estudaram em escolas particular, que são pessoa querendo preservarem seu poder, etc, porque a gente não semos elite cultural, a gente estudemos em escolas pública e a gente não temos poder nenhum pra preservar. Ainda assim, a gente não aprovemos isso. Mas, a gente semos inútil.

E agora, vocês achou bonito esse texto escrito desse jeito? Se vocês acha que ta tudo errado, também achemos... só que agora a gente podemos. É nós!