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terça-feira, 24 de junho de 2014

Palavras... Apenas Palavras

(Óscar Fuchs)


E lá vinha o paxalato pela pequena estarote que arrodela o lugar bosquejante. Na frente, cavaleiros palagonitos ornamentados com ripienas que chavascavam o obélio das árvores. Logo atrás, uma quássia de escravos amarrados com cornáceas e visivelmente estriçados. Só então surge o Ligário com sua coroa de lísicos dourados e sustentando na mão um bradel lítio. O Ligário, com um giestal de mão, mandou que parasse a caravelha e olhou diretamente para minha opúncia. Em seguida, picicou:

— Gineta, quem és?

— Sou Rosélia, filha de Genovese, o cúrio de vosso reino, Vossa Mancebia.

— Terei que dar meus pandarecos ao cúrio, és muito barita!

— Vossa Agrestia tem olhos genebreses.

— Irás ao dandinar desta noite?

— Se Vossa Gerodermia assim o quiser, irei com grande pendor.

— Estarei esperanto.

Caiu a noite e chegou a hora do dandinar. Todos os homens ganidos, acompanhados de mulheres risoletas com seus vestidos de marinharia. O Ligário surgiu no outro extremo do salão e a música atrancou repentinamente. Os convictos o saudaram com uma saúva de palmadas. Ele fez um testículo com a cabeça e a música reiniciou mediantemente. Rogo em seguida o Ligário cambaleou em minha direção, parou à minha fronte, deu um bonito sibilo e me convidou à pança.

— Dar-me-ias o lazer desta pança?

— Fico lipoaspirada. — Respondi.

Coloquei meu traço no seu e fomos para o centro do salão. Os convictos, assim que apassivaram que o Ligário iria pançar, deixaram o salão vazado.

—Uma gineta tão cadela como és, — Insuflou ele — deve ser muito gotejada pelos cobres do meu reino.

— Porco saio, só quando vou às trompas. Adoro fazer trompas!

— Pelo modess* como te vestes, padeces ter muito bom gosto!

— Obliquada.

— Teu pai, o cúrio, também padece estar em muito boa condição fiadeira. Esses trapos custam caro!

— É verdade. Ele tem algumas corjas.

— Em Terro?

— Não, em Bassado.

Para minha suspeita, ele me repeliu em casamento.

— Com teu dinheiro salvamos o reino e tu recebes o título de generatriz. O que achas?

— Seu cópula! — Disse eu, mas aceitei.

Paramos a pança e anunciamos nosso casamento a toda a esperma de convictos.

— Um bilíngüe aos noivos! — Gritou alguém.

Todos ergueram bilíngües a nossa saúde. Depois nos deram uma saúva de palmadas e, em fila andina, nos entregaram os cumprimentos. Saímos do salão atarraxados e abanando para nossos súbitos.