Na antiga Grécia viveram dezenas - senão vintenas! – de filósofos e pensadores.
Conhecemos e veneramos vários deles. Só para
citar alguns: Sócrates, o mestre de Platão. O próprio Platão, filósofo e
matemático do período clássico da Grécia Antiga. Aristóteles, pupilo de Platão
e professor de Alexandre, o Grande, cujos escritos abrangem a física, a
metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o
governo, a ética, a biologia e a zoologia. Pitágoras gênio da matemática, da
geometria e da filosofia grega. E Plutarco, Protágoras, Parmênides, entre outros.
Entre esses outros há um que ainda é mantido
na ignomínia e na obscuridade pelos que se dizem intelectuais e estudiosos, ou
seja, pela elite acadêmica. Trata-se do grande filósofo grego Putacos.
Putacos (379 – 338 a.C.) nasceu em Páreo,
nas imediações de Atenas, na antiga Grécia. Era costume ter o lugar de origem como sobrenome e não foi diferente com ele, que adotou o "de Páreo" ou "Pario", assim como Plutarco Queroneio ou Tales de Mileto.
Sua maior contribuição foi
identificar as bobagens, besteiras e idiotices que os outros filósofos e
pensadores diziam em seus discursos. Sim, pois, tanto que falavam aqueles, não venham dizer que nunca disseram uma tolice.
Depois de tantos anos ridicularizando e diminuindo o pensamento de seus parceiros Putacos foi execrado, desterrado e exilado pelos ditos “sábios”, que não suportavam mais suas reprovações. Foi banido de todo e qualquer compêndio de filosofia e qualquer referência a seu nome foi apagada.
Putacos tinha um comportamento particular e original: toda vez que algum dos estudiosos proferia uma bobagem, Putacos batia a mão espalmada na testa, suspirava longamente e, em seguida, olhava para o céu enquanto pronunciava seu próprio nome. Conta-se que a gota d’água foi num certo final de tarde, com os sábios todos reunidos numa praça, quando Aristóteles proferiu uma de suas máximas:
Depois de tantos anos ridicularizando e diminuindo o pensamento de seus parceiros Putacos foi execrado, desterrado e exilado pelos ditos “sábios”, que não suportavam mais suas reprovações. Foi banido de todo e qualquer compêndio de filosofia e qualquer referência a seu nome foi apagada.
Putacos tinha um comportamento particular e original: toda vez que algum dos estudiosos proferia uma bobagem, Putacos batia a mão espalmada na testa, suspirava longamente e, em seguida, olhava para o céu enquanto pronunciava seu próprio nome. Conta-se que a gota d’água foi num certo final de tarde, com os sábios todos reunidos numa praça, quando Aristóteles proferiu uma de suas máximas:
- A esperança é o sonho do homem acordado.
Ao que Putacos retrucou solenemente:
- Tsc! Tsc!
E antes que conseguisse dizer mais alguma
coisa ou fugir já estava com todos aqueles contemplativos filósofos por cima, descendo-lhe a porrada e disputando uma chance de acertar-lhe “uma bifa
nas fuças”, como justificou mais tarde um dos venerandos.
Putacos ficou conhecido entre os pensadores da época como um destruidor de
reputações e de frases feitas. Por isso foi expurgado.
Mas nem a execração, nem o exílio, nem o
banimento conseguiram omiti-lo da história. Ainda hoje lembramos dele todas as
vezes que ouvimos um apresentador idiota desses programas de domingo à tarde, lembramos dele todas as
vezes que ouvimos ou lemos um cronista esportivo pseudo-sábio dizer todas aquelas
bobagens, todas as vezes que um imbecil se acha um grande gênio e se promove,
enfim, lembramos dele todas as vezes que percebemos alguém proferir uma besteira
com ares de sabedoria.
Estamos honrando a memória desse
grande filósofo e mantendo vivo seu legado cada vez que ouvimos uma idiotice e,
na sequência, batemos a mão espalmada na testa, suspiramos fundo, olhamos para
cima e evocamos seu nome completo, pausadamente:
- Pu-ta-cos Pa-rio!