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quarta-feira, 16 de março de 2011

DIMENOR - menino de rua

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A Lista - Parte II

Escândalo da violação do painel eletrônico - A prova material

Na falta de uma cópia da lista surrupiada do painel, a fita degravada pelo perito Ricardo Molina contém uma confissão de ACM (Isto É, 25/04/2001)

Nós, detetives, temos essa mania de contar as histórias em pedaços. Isso nos persegue. Somos nós sendo perseguidos pelas histórias em pedaços, as históias em pedaços sendo perseguidas pelo leitor, e o leitor sendo perseguido por... olhe para trás agora e você saberá. Como eu estava contando, recebi uma lista com nomes e saí à investigação. Bem, para saber mais detalhes basta ler a postagem anterior.
A lista, o que fazer com ela? Atravessei a rua e me dirigi ao escritório dos irmãos gêmeos. Eles sabiam tudo de nomes. Qualquer coisa que quisesse saber sobre nomes, devia procurar os gêmeos.
Quando a mãe estava grávida decidiram que o filho teria o mesmo nome do pai: Domingos. Mas, em vez de um, nasceram dois meninos. A mãe exigiu que os dois tivessem tudo igual: roupas, brinquedos, berços e chocalhos. Mas havia um problema: duas pessoas não podem ter nomes iguais! Então tentaram encontrar o nome mais parecido com Domingos que pudessem achar. Por isso, desde pequenos, os gêmeos se dedicam a pesquisar nomes e se tornaram especialistas. Para lá fui, ao único lugar onde poderia obter uma pista, o escritório dos gêmeos Domingos e Feriados.
Entrei no escritório e Feriados conversava com um rapaz enorme, forte, alto. Deixou o rapaz e me saudou:
— Olá! Como vai, meu amigo?
— Tudo bem. — Respondi, olhando para o rapaz — Podemos conversar em particular?
Feriados percebeu que não poderia haver testemunhas e chamou o rapaz com um aceno. O rapaz se aproximou.
—Este é meu filho, Feriados. Como é tradição na família, tem o nome do pai.
Cumprimentei o rapaz e, tentando ser simpático, usei a linguagem coloquial dos rapazes daquela idade:
— E aí, Feriadão?
Ele apertou minha mão e sorriu. Tirei a lista do bolso, desdobrei-a e entreguei a Feriados.
— Pode me dizer alguma coisa sobre esses nomes?
Feriados e Feriadão olharam a lista por momentos.
— Volte mais tarde, lá pelas 17 horas. — Disse Feriados.
— Ás 17 horas? Não pode ser. — Disse eu.
— Tá bem. Amanhã, de manhã.
— Não! — Disse eu.
— Tudo bem. Depois de amanhã, qualquer horário.
— Nem pensar!
— Ok. Então volte daqui a uma semana, no dia e horário que quiser.
— Você não entendeu, Feriados. Preciso saber sobre essa lista hoje, agora, nesse momento!
— Impossível. — Disse Feriados enquanto reexaminava a lista. — Temos muito trabalho. Estamos fazendo uma pesquisa para saber o que leva Luis Fernando Veríssimo a se apaixonar por mulheres cujos nomes comecem com “P”. Patrícia Pillar, Patrícia Poeta...
— É óbvio! Ele é um escritor e são as letras que o levam a escolher suas musas. Ultimamente ele está na fase do “P”!
— Fantástico! Como descobriu?
— Também já passei por isso. Mas parei na René Russo porque a letra seguinte era o “S” e a única pessoa famosa que existia era o Steven Seagal. Ele não faz meu tipo.
— Ótimo! — Disse Feriados. — Resolvemos esse enigma.
— E quanto ao meu enigma?
— Terá que me dar um tempinho para pesquisar. Volte hoje à tarde.
Despedi-me de Feriados e Feriadão e saí.

(To be continued... sempre quis dizer isso assim, em americano. Vai continuar na próxima postagem)