Ilustração meramente ilustrativa ilustrando a descoberta científica, o Anencefalus Paraensis |
(Óscar Fuchs)
Riquíssima,
a fauna brasileira. Dia desses descobriram um macaquinho que é “uma graça!”,
segundo todos os conhecimentos biológicos de minha querida
companheira. Nas palavras de sua amiga Mari: “Ah, que amooooor!”. Enfim, só
tive opiniões abalizadas e com total isenção científica.
Dizem
que o tal macaquinho só sai à noite, o que dificulta a captação de sua imagem.
“Um safadinho boêmio!”, disse Afonsin, o marido da Mari. Para ver como as
visões masculina e feminina são diferentes.
Esse
introdutório todo para noticiar que um novo animal foi flagrado por câmeras. E,
vejam só que acaso: esse novo animal foi flagrado num jogo de futebol, correndo
na grama, ao longo da linha lateral direita, para lá e para cá, indo e
voltando, sem parar e sem propósito algum.
Observadas
as imagens, percebeu-se que ele não tinha cabeça. Porém, olhando mais
atentamente, verificou-se que ele tinha uma crista! Ora, como ele pode ter uma
crista na cabeça se ele não tem cabeça?
Após
detidos estudos e análises das imagens, surgiu uma pergunta: e onde estaria seu
cérebro? Sim, porque se ele não tem cabeça, onde se desenvolveria um cérebro? E
a conclusão foi imediata: ele não tem cérebro!
A
partir dessas informações, cientistas aventaram a possibilidade de ser um
animal que “escapou” da extinção justamente por ser imbecil. E então o chamaram
de Anencefalus Paraensis, um novo ser
da natureza.
Já
se havia falado dos dinossauros que, apesar de seu tamanho e de sua força
imensurável, tinham um cérebro diminuto e ínfimo. Mas um animal com essa força
e ímpeto, e sem cérebro, nunca se teve notícia. A descoberta mais intrigante,
porém, é a de que animais sem cérebro conseguiram sobreviver ao grande cataclismo.
Pois
ele existe. E foi flagrado num jogo de futebol, em alta definição. Os locutores
e comentaristas esportivos de TV não perceberam... aliás eles não percebem nada
mesmo, nem de futebol, que dizer de biologia.
O anencéfalo ia
e voltava, correndo ao longo da linha lateral, só onde havia grama, sem nenhuma
intenção aparente, aleatoriamente. Enfim, a primeira criatura sem cérebro já
vista sobreviveu e está aqui, entre nós, ganhando muito mais que eu e você.
Pensando bem, talvez seja melhor não ter
cérebro.