quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Soterrados na Caverna
(Óscar Fuchs)
Lembram daqueles filmes de nossa infância em que uma turma de aventureiros chegava a uma ilha deserta... ou a um paraíso oculto... ou a um oásis ... era sempre deserto e desconhecido. Então, lá, encontravam uma caverna com milhares de diamantes, muita riqueza... para o resto da vida! Mas eles sempre queriam pegar mais do que podiam levar... e a tal da caverna desmoronava e soterrava a todos.
Vi dois filmes ontem: um deles é Boyhood (a tradução seria criancices, infantil, molecagens... enfim, coisa de guri!) e o outro, Garota
Exemplar (Exemplar girl). O personagem de “Criancices!”, um garoto, diz uma frase magnífica: (não memorizei as
palavras, só lembro do conceito) Durante
anos a humanidade quis construir
robôs, escravos que não contradiziam nossas ordens. Porém, políticos, economistas
e empresários perceberam que seria muito mais fácil e econômico transformar os humanos em robôs. Melhor
que gastar milhões de dólares para fabricar algo novo (um robô obediente e
condicionado) seria condicionar o povo, as pessoas, enfim... CRIAR
robôs! Assim, somos todos robôs nessa
humanidade. Mas, pergunto, que “humanidade” é essa, se somos todos robôs!?
Já em Garota Exemplar
(o filme), a teoria do garoto de boyhood
é comprovada: a mídia manda na vida.
Por quê? Lá vamos: o meio que “inventaram”
para nos transformar em “robôs”, foi a mídia. Ora, se todos somos iguais e
pensamos a mesma coisa... e assistimos a mesma coisa... e compramos as mesmas
coisas... e usamos as mesmas coisas... e fazemos as mesmas coisas... e SOMOS a mesma coisa... e ACREDITAMOS na mesma coisa... Céus! Somos
todos iguais!
Em Garota Exemplar
(o filme) a personagem usa essa “cegueira” e a ansiedade por manchetes e
repercussão... e fama... e mídia... para
cometer seus crimes. E a personagem consegue. E consegue COM O APOIO E RESPALDO DA MÍDIA. Não conto o final. Mas lembro
daquela belíssima crônica do García Márquez, em que ele dizia nas primeiras páginas como tudo havia acontecido...
mas a gente tinha que ler tudo, até o final, a gente QUERIA ler todo o livro
pra saber como aquilo tudo tinha acontecido (CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA, Gabriel García Márquez).
Assim, somos: a gente já sabe onde vai parar... onde vamos
terminar... os erros que cometemos... quão bobos somos... Mas a gente quer
comprovar isso, a gente quer ter certeza disso... e acabamos com aquele monte de diamantes no
colo... soterrados na caverna.
(Sei,
sim! Lembraram do George Orwel (O Grande
Irmão), ou Fahrenheit 451, do Truffaut...
pois é, “estou sobre os ombros de gigantes...”, Newton)
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Não Pise No Step!
(Óscar Fuchs)
Estava sobre a asa do avião. Fiz essa
foto porque me chamou a atenção: ora, pra que um “estepe” se a gente tá voando?
Por acaso vão parar o avião e trocar o
pneu no acostamento? Sei tudo de
“ingrêis”, from cab to tale, ou seja:
de cabo a rabo. Portanto, não vejo a utilidade de ter “estepe” num avião. Se
ainda fosse num navio... Deixa pra lá.
O companheiro de fila, na poltrona ao
lado, apertado em cima de mim, tratou de esclarecer:
- Estás vendo o que está escrito?
Colono e relutante, ante tanto
conhecimento multi-urbano, respondi enfaticamente que havia entendido “mais-ou-menos”.
Ele explicou:
- Ali está escrito: NÃO PISE NO STEP.
Entendi de uma hora para outra o que
estava escrito. Só não entendi o por quê de não se poder pisar no estepe. Que estepe
tão frágil é esse que nem se pode pisar em cima? Coisa vagabunda, made in China, provavelmente.
Por fim, desembarquei incólume, ileso
e co cu na mano... (Ufa!) ... Feliz por não te precisado usar
aquele maldito “estepe”.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
A Genialidade do SANTIAGO
Pensei em divulgar os melhores cartuns que já vi na vida. Falei com alguns colegas:o Santiago e o Degas (aquele, o Edgar Vasques!) foram votação unânime. O difícil é escolher uma obra desses caras que seja a melhor. Ditador como sou, desde que vejo cartuns, me impressionou o "Preserve as árvores", do SANTIAGO. Então, optei por começar com ele. Nossos outros amigos vão ter que esperar até que eu chegue a UM cartum, para eleger. Mas, são tantos... e tão bons! Vai aí o PRESERVE AS ÁRVORES, do Santiago. Abraço, caro amigo... A propósito: tô com outro blog, das minhas "artes", em artesanatoscar.blogspot.com
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
A Rebeldia das Palavras - a crônica que deu origem à série (ao blog)
Se bem lembram, o blog se chamava A Revolta das Palavras. Escrevi essa
crônica (A Revolta das Palavras) lá por 1985, publicada no jornal A União. Entre
as crônicas de uma coletânea que entreguei a meu amigo Guilherme Cantarelli,
estava essa. Depois que as leu, perguntei a Guilherme que título daria se fosse
editado um livro daquela coletânea. Sugeriu-me “A Revolta das Palavras”. Estava
difícil para alguma editora lançar o livro, optei por um blog e usei a sugestão
do Cantarelli: lancei o blog “A Revolta das Palavras”. No entanto, amigos comentaram e, pesquisando, descobri um livro escrito por
José Paulo Paes, vários anos depois, com o mesmo título. Fiquei curioso e fui furungar:
que “Revolta das Palavras” é essa? Vi isso: O motivo da revolta que ele narra foi o
fato de as palavras não agüentarem (sic) mais ser mal usadas. Assim, sob o comando das
palavras Verdade e Mentira, elas decidiram atrapalhar a vida de todo o mundo que
alterasse o seu real sentido para enganar as pessoas de boa-fé.
Prêmio Jabuti 2000 de Melhor Livro
Infanto-Juvenil.
Hoje me perguntam por quê troquei o nome do blog de A Revolta das
Palavras para A REBELDIA DAS PALAVRAS. Ora, ninguém é dono de palavra alguma, tanto menos eu. Se houve acaso ou não, se houve
intenção ou não, se houve simbiose de idéias ou a sincronicidade de Jung, (para aqueles que gostam de música, sugiro ouvirem Chico Buarque, "A voz do dono, e o dono da voz") Enfim, o que importa é quem manda, ou sejam, AS PALAVRAS, importantes são as palavras. Mas, aí vai, palavra por palavra:
Se bem lembram, o blog se chamava A Revolta das Palavras. Escrevi essa
crônica (A Revolta das Palavras) lá por 1985, publicada no jornal A União. Entre
as crônicas de uma coletânea que entreguei a meu amigo Guilherme Cantarelli,
estava essa. Depois que as leu, perguntei a Guilherme que título daria se fosse
editado um livro daquela coletânea. Sugeriu-me “A Revolta das Palavras”. Estava
difícil para alguma editora lançar o livro, optei por um blog e usei a sugestão
do Cantarelli: lancei o blog “A Revolta das Palavras”. No entanto, amigos comentaram e, pesquisando, descobri um livro escrito por
José Paulo Paes, vários anos depois, com o mesmo título. Fiquei curioso e fui furungar:
que “Revolta das Palavras” é essa? Vi isso: O motivo da revolta que ele narra foi o
fato de as palavras não agüentarem (sic) mais ser mal usadas. Assim, sob o comando das
palavras Verdade e Mentira, elas decidiram atrapalhar a vida de todo o mundo que
alterasse o seu real sentido para enganar as pessoas de boa-fé.
Prêmio Jabuti 2000 de Melhor Livro
Infanto-Juvenil.
Hoje me perguntam por quê troquei o nome do blog de A Revolta das
Palavras para A REBELDIA DAS PALAVRAS. Ora, ninguém é dono de palavra alguma, tanto menos eu. Se houve acaso ou não, se houve
intenção ou não, se houve simbiose de idéias ou a sincronicidade de Jung, (para aqueles que gostam de música, sugiro ouvirem Chico Buarque, "A voz do dono, e o dono da voz") Enfim, o que importa é quem manda, ou sejam, AS PALAVRAS, importantes são as palavras. Mas, aí vai, palavra por palavra:
A Revolta das Palavras - a crônica que deu origem à série (ao blog)
(Óscar Fuchs)
Como sempre, foi entre os pequenos
que tudo começou. As monossilábicas foram as primeiras. Em assembleia, pé ante pó, só, fé, lá,
se e dó, entre outras, proferiu o primeiro discurso de repúdio ao
sistema ortográfico e gramatical.
—
Além de sermos as mais insignificantes, as que ocupam menos espaço, — Discursou
pé — estamos sempre por baixo!
—
E quando não estamos por baixo — Aparteou pó
— damos uma flutuada pela atmosfera literária e acabamos abandonadas no solo da
gramática!
Todas
bateram acentos. Depois dos aplausos decidiram iniciar uma revolta. A palavra propaganda aderiu à revolução
disseminando as ideias dos revoltosos. A adesão da palavra sim foi considerada muito positiva. Mas a mais festejada foi a
adesão da palavra lei, pois, a partir
daí, as revoltosas estavam com a lei ao lado delas. Mentira, em comissão com aleivosia
e falácia, expôs o motivo principal
da revolução:
—
Temos que acabar com isso. Estão deturpando nossos sentidos, usam-nos para os
mais condenáveis fins e, sempre, indevidamente. Tudo é mentira! Mentira!
Mentira! — E, logo depois de sua oratória, deixou de ser mentira porque, já disseram, “uma mentira repetida várias vezes
pode se tornar verdade”.
Paroxítonas
e proparoxítonas passaram a frequentar as reuniões. Turista, cabulador, ausente e esporádico não compareciam muito às assembleias, mas quando vinham
a sala ficava cheia e apertada. Então aconteciam os acidentes:
—
Você viu meu circunflexo por aí? — Perguntava atônito, atônito.
Escritores,
jornalistas, poetas, estudantes e todos os que usavam as palavras passaram a
sentir o efeito da revolta: se tentavam escrever, por exemplo, abacaxi, saía goiaba.
Jornais
e revistas foram considerados os objetivos primordiais da revolução. A manchete
d’O Globo, certa vez, foi uma declaração do presidente dos Estados Unidos: O Bin Laden era um amor.
Também
a fala começou a ser afetada:
—
O presidente dos Estados Unidos Chineses, Evo Morales, reuniu o parlamento
britânico e exigiu... mas, o que é isso?— Disse o locutor no noticiário da TV.
Uma
Babel! Depois de espalhada a revolta quem lesse a bíblia não sabia se era
pecado desejar a mulher do próximo ou comer maçã logo depois do casamento.
Livros de Marx passaram a defender radicalmente o capitalismo selvagem e, nos
tratados de medicina, o estômago foi deslocado para o calcanhar.
A
revolução chegou aos bancos e agências financeiras. Quem tinha saldo negativo passou a ter saldo positivo e vice—versa. As medidas da
equipe econômica do governo saíam totalmente distorcidas, sem nexo. O
interessante é que a economia passou a dar bons resultados!
A
revolta começou a invadir textos de editoriais e de cronistas, fazendo-os
cataclismos práxis Vilela. Contrário mindinho, só signos Hugo Chaves ou Chico
Buarque de Alemanha. Pré pós-cartesiano mar chiov deupil fretic hj otumijdim
hueuiapjf...
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Música & Teatro - Chato de Galocha
(Óscar Fuchs)
Há tempos meus amigos JH, Guilherme Canta(mas não muito)relli, Joca do baixo e o Fornaza (4 Naza... o Marcelo Fornazier), todos nós cúmplices no Fróide Explica, ensaiando, discutíamos de "como levar as pessoas ao teatro". Chegamos ao consenso, generalizando, de que são as mulheres que conduzem homens ao teatro. Homem não vai ao teatro por vontade própria, só vai empurrado ou porque tem um gosto pessoal... ou um amigo... uma namorada... ou alguém que ele esteja a fim de... etc et al. Depois de chegarmos a esse consenso... pausa dramática e pensativa... JH proferiu :"É, o homem é um chato de galocha". Disso, fiz a música. Algumas amigas que já ouviram adoraram e adotaram como canto feminista... será? Acessem o link, ouçam, divirtam-se, curtam e pensem o que quiserem... Chato de Galocha com Fróide Explica, Adriana Defentti (maravilhosa!) e um sax sensacional.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Ô, blogueiro...
Bem convém à
Globo desfazer dos blogueiros. Na grande
maioria, os jornalistas blogueiros são profissionais sérios que discordaram da
linha editorial facciosa e fascista dessa mídia dita “oficial”. Além desses, há alguns “focas”, novatos e
iniciantes que não concordaram com esse grande bloco conservador e granítico da
mídia “institucionalizada” e falaciosa. Vendo-se sem perspectiva e sem campo de
trabalho sério, tendo que fazer “perguntas amigas” e “pregando” bobagens
midiáticas para ter emprego, esses jornalistas optaram por canais próprios e
livres: blog, site, e-mailing, entre outros tantos meios.
Por isso
mesmo, de tempos pra cá, esses jornalistas se tornaram uma pedra-no-sapato da
grande mídia que prega o que quer, mas não prega sem estopa, senão por
interesse político e, sobretudo, econômico. Em seus blogs e sites, esses
profissionais podem publicar e mostrar a verdade dos fatos, pela sua visão, não
apenas pela visão de um empregador midiático interesseiro e ilusionista como a
Folha de São Paulo, O Estadão, O Globo ou o Jornal Nacional, entre outros mais
insignificantes. Enfim, a vida ficou ruim pra mídia tradicional.
Não é à toa
que a novelinha Global coloca um blogueiro fofoqueiro que, propositadamente,
insiste em afirmar que é jornalista. É justamente para desacreditar os
jornalistas que não fazem parte da mídia cadavérica e mantenedora do status quo da Globo, de onde ela se locupleta.
Na novelinha
das nove, o blogueiro é um fofoqueiro cujo objetivo é denegrir a imagem de
outras pessoas, sejam elas sérias ou não e sejam as notícias verdadeiras ou mentirosas.
Tudo isso apenas por ganho de “audiência”, por dinheiro, por anúncio, por faturamento,
enfim, por qualquer negócio. O tal personagem só quer visitas a seu blog porque,
afinal, quanto mais “cliques”, mais audiência e, quanto mais audiência, mais
faturamento. Peraí... não tem alguém que já faz isso? Ah, sim, a Globo!
Não bastasse
isso, a Globo aproveita para denegrir a imagem do jornalista, como se todo
jornalista fora de suas “fileiras” – ou seja, todo e qualquer blogueiro
independente – fosse um invencionista fofoqueiro, um jornalista aético, só
porque não consta de sua “planilha de fiéis” ou de sua folha -de-pagamento. Opa, tem mais alguém que faz
isso... Ah, o Bispado!
O que a Globelícia e nem o Bispado dizem, é
que esse meio de informação já é o maior influenciador da população, pois quem
lança um blog ou site, divulga entre seus amigos... e amigos verdadeiros não renegam. Já os amigos
da grande mídia... esses.. só por interesse.
Agora... o pior da novelinha da Globo, é que se
aproveita de um jornalista independente para denegrir a imagem dos jornalistas gays,
insinuando que todos não passam de umas bibas rancorosas e desempregadas que
não têm profissionalismo para trabalhar em suas redações e que acabam no michê
e na fofoca. Como se lá todos estivessem satisfeitos e felizes com a
chibata. Ah, tantos sorrisos falsos...
Olha, o que espanta mesmo é um escritor, função nobre e que sempre foi
vítima da mídia usurária, se vender e criar tais conceitos por um pouquinho de
deslumbre. Céus! Agora me dei conta... será auto-retrato?
terça-feira, 5 de agosto de 2014
SAMBA PARNASIANO
(Óscar Fuchs)
Disseram por aí que eu só faço música instrumental ou com letras difíceis, enfim, música para intelectual. Então, para rebater as críticas, resolvi compor algo bem popular: um samba. Acesse o link, ouça e cante com JH e a Banda Fróide Explica. É fácil, pra todo mundo cantar junto.
https://www.dropbox.com/s/y2nvg5cemqxs03x/Samba%20Parnasianio%20-%20Autor%20%C3%93scar%20Fuchs-%20Grava%C3%A7%C3%A3o%20JH%20e%20Fr%C3%B3ide%20Explica.mp3
Clique no link... abrirá uma nova janela... opte por "baixar"... em seguida clique em "abrir" que aparecerá em sua barra, abaixo de seu vídeo ou monitor... desculpem, mas não sei como explicar melhor... só sei que vai gostar.
Disseram por aí que eu só faço música instrumental ou com letras difíceis, enfim, música para intelectual. Então, para rebater as críticas, resolvi compor algo bem popular: um samba. Acesse o link, ouça e cante com JH e a Banda Fróide Explica. É fácil, pra todo mundo cantar junto.
https://www.dropbox.com/s/y2nvg5cemqxs03x/Samba%20Parnasianio%20-%20Autor%20%C3%93scar%20Fuchs-%20Grava%C3%A7%C3%A3o%20JH%20e%20Fr%C3%B3ide%20Explica.mp3
Clique no link... abrirá uma nova janela... opte por "baixar"... em seguida clique em "abrir" que aparecerá em sua barra, abaixo de seu vídeo ou monitor... desculpem, mas não sei como explicar melhor... só sei que vai gostar.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Suassuna
(Óscar Fuchs)
Outro ADEUS.
Ariano Suassuna:
https://www.dropbox.com/s/2f5mjs4k0gtnr6l/%C3%93scar%20%20-%20A%20Boa%20Criatura%20-%20para%20Ariano%20Suassuna.mp3
Clique no link... abrirá uma nova janela... opte por "baixar"... em seguida clique em "abrir" que aparecerá em sua barra, abaixo de seu vídeo ou monitor... desculpem, mas não sei como explicar melhor... só sei que vai gostar.
Clique no link... abrirá uma nova janela... opte por "baixar"... em seguida clique em "abrir" que aparecerá em sua barra, abaixo de seu vídeo ou monitor... desculpem, mas não sei como explicar melhor... só sei que vai gostar.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Memoráveis
(Óscar Fuchs)
Já contei aqui. Vivia em Porto Alegre, no Alto Petrópolis.
Minhas maiores façanhas são muito pequenas, perto das pessoas com as quais tive
a sorte de me relacionar.
Dia desses, numa dessas reprises, vi na TV o enorme José Lewgoy,
ator exemplar e consagrado que vivia no meu bairro, gênio da interpretação e um
diamante do cinema, entre outros trabalhos. Atendi o Zé Lewgoy, já com sua
bengala, várias vezes. Ele ia à papelaria e livraria onde eu era balconista. Nostalgia.
Além dele, que morava no meu bairro, atendi o Chagas, o
Walmor, com sua cabeleira grisalha. Saudoso. Nostalgia. Walmor era, como se
dizia à época, “gente fina”.
Ainda, como inexperiente e mangolão
atendente de livraria, conheci Dona Mafalda, o anjo, de quem recebi lições de “como escrever”. Abençoado, fui eu. Quase tão abençoado quanto o Érico e o filho, o Luis
Fernando. Só me falta todo o talento deles.
Enfim, tendo convivido com tanta gente grandiosa e
importante, o que poderia querer mais da vida? Ídolos com os quais nunca
convivi, como Garcia Marquez, Graciliano, Josué Guimarães, Amado... já se foram.
Ahá! Me dei conta! Ainda posso encontrar o Umberto Eco, João
Ubaldo Ribeiro, o Ariano Suassuna, o Luis Fernando Verissimo, O Edgar Vasques, o Santiago...
nossa, quanta gente boa!
Vou viver... o máximo que eu puder. Uuuuuhhhhhuuuuu!
*Escrevi essa crônica na quinta-feira, 17, um dia antes de perder o João Ubaldo... mas, Viva o Povo Brasileiro!
Vou viver... o máximo que eu puder. Uuuuuhhhhhuuuuu!
*Escrevi essa crônica na quinta-feira, 17, um dia antes de perder o João Ubaldo... mas, Viva o Povo Brasileiro!
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Especial
(Óscar Fuchs)
Orgulho-me de ter conhecido e me relacionado com inúmeras pessoas inteligentes, capazes, criativas, verdadeiros gênios. Mas, hoje, me orgulho de minha amada companheira.
(P.S.: A amada companheira está se aposentando hoje da Escola Lucena Borges, à qual dedicou sua vida.)
Orgulho-me de ter conhecido e me relacionado com inúmeras pessoas inteligentes, capazes, criativas, verdadeiros gênios. Mas, hoje, me orgulho de minha amada companheira.
A amada companheira trabalhou, se especializou e orientou,
por trinta anos, pessoas especiais. Ok, todos somos “especiais”, mas as pessoas
com as quais ela trabalhou, requeriam um atendimento “diferenciado”. E Ela fez
isso, por trinta anos. E com paixão.
Apesar de amar o que faz e o que fez, a amada companheira
está se retirando, hoje, dessa função. Que função é essa? Pedagoga? Professora?
Médica? Pediatra? Orientadora? Todas.
Todas e mais algumas. Uma pessoa, nessa função, tem que ter
todos esses atributos e ainda outros tantos. Parabéns, amada companheira.
Orgulho-me por algo que não fiz, por ter conhecido e convivido contigo, apenas
isso.
Enfim, só uma pessoa que dedica toda a sua vida a pessoas "especiais", poderia me aturar.
(P.S.: A amada companheira está se aposentando hoje da Escola Lucena Borges, à qual dedicou sua vida.)
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Copa de... onde?
(Óscar Fuchs)
Como brasileiro, sei
que a gente se relacionou com centenas de estrangeiros nessa copa. Inglês,
falei com holandeses, australianos, nigerianos e até com argentinos!
Pouco lembrava de alemão, o francês esqueci por falta de exercício, no nigeriano ainda dou meus pitacos. Mas que tinha muita gente “de fora”... ah, isso tinha. Entretanto, e tão poucos, os que me surpreenderam, foram os gsepgmolj, os extraterrestres amigos (ver http://cronicasoscar.blogspot.com.br/search?q=gsepgmolj).
Pouco lembrava de alemão, o francês esqueci por falta de exercício, no nigeriano ainda dou meus pitacos. Mas que tinha muita gente “de fora”... ah, isso tinha. Entretanto, e tão poucos, os que me surpreenderam, foram os gsepgmolj, os extraterrestres amigos (ver http://cronicasoscar.blogspot.com.br/search?q=gsepgmolj).
Como todos vocês já sabem, os gsepgmolj vieram à Terra fugidos da grande catástrofe que assolou seu planeta: uma invasão de Carlinhos Browns. Pra ver que o Carlinhos Brown arruma boquinha em qualquer lugar. Pensando bem, queria ter o empresário do Carlinhos Brown.
Enfim, os gsepgmolj assumiram a aparência humana e um deles até optou por ter corpo de homem, mas com seios e bumbum arrebitado. É o primeiro travesti interplanetário do mundo. Viviam em algum lugar na galáxia a²+b², que eu chamo de hipotenusa... mas, relevem, pois sou uma nulidade em geometria, física, matemática e astronomia.
Vieram três gsepgmolj, depois mais sete deles, então temos onze gsepgmolj andando aqui pela terra. Ou doze. Nove? Deixa pra lá. Eles estabeleceram o Boteco do Vandi como base de contato. Só porque ali tem uma vodka chamada Vrlizov, cujo nome lembra o planeta deles e porque eu sou o único que consegue entender latim. Não entendo porra nenhuma de latim e eles estão meio desatualizados... culpa dos anos luz de diferença entre nós, mas... deixa pra lá.
Pois bem, arremessaram na minha cara que a Alemanha não é campeã do mundo.
- Como não? Até eu torci pela Alemanha!
- Ah, é?
- Claro! É o melhor futebol do mundo!
Com calma, os gsepgmolj perguntaram:
- De onde?
E eu repeti:
- Do mundo!
E eles, com alguma empáfia, retrucaram:
- Que mundo?
terça-feira, 8 de julho de 2014
terça-feira, 24 de junho de 2014
Palavras... Apenas Palavras
(Óscar Fuchs)
E lá vinha o paxalato pela pequena estarote que arrodela o lugar bosquejante. Na frente, cavaleiros palagonitos ornamentados com ripienas que chavascavam o obélio das árvores. Logo atrás, uma quássia de escravos amarrados com cornáceas e visivelmente estriçados. Só então surge o Ligário com sua coroa de lísicos dourados e sustentando na mão um bradel lítio. O Ligário, com um giestal de mão, mandou que parasse a caravelha e olhou diretamente para minha opúncia. Em seguida, picicou:
— Gineta, quem és?
— Sou Rosélia, filha de Genovese, o cúrio de vosso reino, Vossa Mancebia.
— Terei que dar meus pandarecos ao cúrio, és muito barita!
— Vossa Agrestia tem olhos genebreses.
— Irás ao dandinar desta noite?
— Se Vossa Gerodermia assim o quiser, irei com grande pendor.
— Estarei esperanto.
Caiu a noite e chegou a hora do dandinar. Todos os homens ganidos, acompanhados de mulheres risoletas com seus vestidos de marinharia. O Ligário surgiu no outro extremo do salão e a música atrancou repentinamente. Os convictos o saudaram com uma saúva de palmadas. Ele fez um testículo com a cabeça e a música reiniciou mediantemente. Rogo em seguida o Ligário cambaleou em minha direção, parou à minha fronte, deu um bonito sibilo e me convidou à pança.
— Dar-me-ias o lazer desta pança?
— Fico lipoaspirada. — Respondi.
Coloquei meu traço no seu e fomos para o centro do salão. Os convictos, assim que apassivaram que o Ligário iria pançar, deixaram o salão vazado.
—Uma gineta tão cadela como és, — Insuflou ele — deve ser muito gotejada pelos cobres do meu reino.
— Porco saio, só quando vou às trompas. Adoro fazer trompas!
— Pelo modess* como te vestes, padeces ter muito bom gosto!
— Obliquada.
— Teu pai, o cúrio, também padece estar em muito boa condição fiadeira. Esses trapos custam caro!
— É verdade. Ele tem algumas corjas.
— Em Terro?
— Não, em Bassado.
Para minha suspeita, ele me repeliu em casamento.
— Com teu dinheiro salvamos o reino e tu recebes o título de generatriz. O que achas?
— Seu cópula! — Disse eu, mas aceitei.
Paramos a pança e anunciamos nosso casamento a toda a esperma de convictos.
— Um bilíngüe aos noivos! — Gritou alguém.
Todos ergueram bilíngües a nossa saúde. Depois nos deram uma saúva de palmadas e, em fila andina, nos entregaram os cumprimentos. Saímos do salão atarraxados e abanando para nossos súbitos.
terça-feira, 17 de junho de 2014
quinta-feira, 8 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Homenagem a trois
(Copa... de onde? Nenhum desses três autores me autorizou, mas considerando a genialidade de todos, resolvi publicar ... mesmo que me processem! Inclusive esse tal de Óscar Fuchs... tadinho!)
Bier:
Bier:
Edgar Vasques:
Santiago:
E também esse babaca ... esse Óscar Fuchs:
(Óscar Fuchs)
É verdade que a copa no Brasil foi a maior porcaria que fizeram, que os que ganham e continuam ganhando - e sempre mais - são os mesmos oportunistas de sempre, que a roubalheira abrange tudo, todo e todos... ta, e eu?
Queria tanto fazer parte da camarilha da fifa, dos jornais e revistinhas semanais que estão lucrando como nunca em anúncios, das TVs que inventam a “maravilha” e que vão transmitir essa “festa do povo”...
- De quem?
- Do povo!
- Quem?! Fala mais alto!
As agências de publicidade nunca fizeram tanta propaganda inútil e mentirosa. Até bancas de advogados estão fazendo publicidade prometendo conseguir indenização pelas mentiras da copa. E quando publicitários e advogados se unem...
Empreiteiras não cumprem seus contratos e deixam obras inacabadas. À beira da data de inauguração elas dizem que não vão terminar, que será necessário mais dinheiro e que não podem arcar com os gastos, pois são responsabilidade do governo, que é sustentado pelo povo...
- Por quem?
- Pelo povo!
- Quem?! Fala mais alto!
Restaurantes, bares, hotéis e similares, ou sejam, os vendedores de balas e água no sinal, estão nos servindo com uma mão e enfiando a outra no nosso bolso numa tunga descarada.
Até a classe mais franca e direta da sociedade, a dos ladrões e traficantes, deu pra se aproveitar da copa e, dizem por aí, estão cobrando os olhos da cara... quando não uma cabeça ou até um “presunto” inteiro! Céus... onde chegamos!?
Porém, me resignei e sugiro o mesmo a vocês. Abandonemos os revanchismos, ignoremos as provocações e o fato de não termos usado esse dinheiro para coisas úteis e vamos torcer! Torcer!
Afinal, indo para as arenas de futebol ao menos poderemos perceber onde faltam hospitais e escolas – que, segundo alguns, são desnecessários. Agora não tem mais volta, a desgraça já ta feita e consolidou, todos que podiam se aproveitar já se aproveitaram e só resta a mim, como povo...
- Quem?
- Povo!
- Quem?! Fala mais alto!
Enfim, resta-me torcer por essa seleção maravilhosa, de feitos memoráveis e inacreditáveis, com suas lindas cores e com pretensões inigualáveis, time de pura raça, técnica e vontade... o Uruguai.quinta-feira, 24 de abril de 2014
Que se lê?
(Óscar Fuchs)
Certa
vez escrevi um texto para o programa “Sai de Baixo” em que a personagem Magda
(aquela do “Cala a boca, Magda!”),
entra correndo no apartamento, vai direto ao telefone, disca um número e fica
aguardando responderem, enquanto entoa.
‒‒
Tan-dã, tan-dã-dã, tan-dã-dã... Tan-dã,
tan-dã-dã, tan-dã-dã...
O outro personagem, Caco, pergunta o que ela
está fazendo e ela faz um sinal de “espere”,
enquanto responde ao telefone
‒‒
O senhor estava sentado ao volante, com uma camisa azul e de óculos escuros! ‒‒ E desliga.
Caco,
então, pergunta:
‒‒
O que foi isso, Magda!
E
ela, em sua ingenuidade, responde:
‒‒
É que eu estava no trânsito, atrás de um caminhãozinho que estava escrito “como estou dirigindo?”, então liguei. Acho que ele era cego, o coitadinho... me deu
uma pena!
Tudo
isso pra falar das frases que se vê por aí, pela cidade. Por exemplo, todo
dentista tem o decalque da faculdade de odontologia, todo engenheiro tem o
decalque da faculdade de engenharia e assim por curso: Direito, Medicina,
Arquitetura... até Jornalismo! Um dos
decalques que mais gosto é aquele que diz “Não cursei nenhuma faculdade”.
Dia
desses estava atrás de um carro e no vidro traseiro dizia apenas: “para saber
mais, ligue ...” e o número de telefone. Ora, “para saber mais...” sobre o quê?
Egresso
do jornalismo, mas com atuação em outras áreas, cada vez mais penso que “os
marquetingues” estão muito criativos. Nunca pensei que tivesse tanta gaita pra
consertar em Porto Alegre!
Tentei
achar na internet uma crônica de meu terceiro ídolo da família Verissimo ‒‒ sim,
porque meu primeiro ídolo da família Verissimo é Dona Mafalda (Ver http://cronicasoscar.blogspot.com.br/search?q=o+anjo),
o segundo é o Érico e só lá em terceiro vem o Luis. Desculpa aí, Luis. ‒‒ ...
enfim, o Luis tem uma crônica que fala sobre os decalques nos carros e cita, se
bem lembro, aquele senhor de seus setenta anos, bigodão, um homem absolutamente
sério e com um decalque no vidro do carro escrito “fofinho”. Luis ainda cita outros que não lembro agora e que são
muito engraçados.
Botei
no meu carro um decalque do Grêmio apenas como ponto de referência para
estacionar... aliás, é só pra isso que serve ser sócio do Grêmio atualmente, o
time tá uma “M”. Taí, boa ideia prum decalque! E enquanto isso, a flauta
pega. Aproveita Luis!
quarta-feira, 12 de março de 2014
Descoberta Científica
Ilustração meramente ilustrativa ilustrando a descoberta científica, o Anencefalus Paraensis |
(Óscar Fuchs)
Riquíssima,
a fauna brasileira. Dia desses descobriram um macaquinho que é “uma graça!”,
segundo todos os conhecimentos biológicos de minha querida
companheira. Nas palavras de sua amiga Mari: “Ah, que amooooor!”. Enfim, só
tive opiniões abalizadas e com total isenção científica.
Dizem
que o tal macaquinho só sai à noite, o que dificulta a captação de sua imagem.
“Um safadinho boêmio!”, disse Afonsin, o marido da Mari. Para ver como as
visões masculina e feminina são diferentes.
Esse
introdutório todo para noticiar que um novo animal foi flagrado por câmeras. E,
vejam só que acaso: esse novo animal foi flagrado num jogo de futebol, correndo
na grama, ao longo da linha lateral direita, para lá e para cá, indo e
voltando, sem parar e sem propósito algum.
Observadas
as imagens, percebeu-se que ele não tinha cabeça. Porém, olhando mais
atentamente, verificou-se que ele tinha uma crista! Ora, como ele pode ter uma
crista na cabeça se ele não tem cabeça?
Após
detidos estudos e análises das imagens, surgiu uma pergunta: e onde estaria seu
cérebro? Sim, porque se ele não tem cabeça, onde se desenvolveria um cérebro? E
a conclusão foi imediata: ele não tem cérebro!
A
partir dessas informações, cientistas aventaram a possibilidade de ser um
animal que “escapou” da extinção justamente por ser imbecil. E então o chamaram
de Anencefalus Paraensis, um novo ser
da natureza.
Já
se havia falado dos dinossauros que, apesar de seu tamanho e de sua força
imensurável, tinham um cérebro diminuto e ínfimo. Mas um animal com essa força
e ímpeto, e sem cérebro, nunca se teve notícia. A descoberta mais intrigante,
porém, é a de que animais sem cérebro conseguiram sobreviver ao grande cataclismo.
Pois
ele existe. E foi flagrado num jogo de futebol, em alta definição. Os locutores
e comentaristas esportivos de TV não perceberam... aliás eles não percebem nada
mesmo, nem de futebol, que dizer de biologia.
O anencéfalo ia
e voltava, correndo ao longo da linha lateral, só onde havia grama, sem nenhuma
intenção aparente, aleatoriamente. Enfim, a primeira criatura sem cérebro já
vista sobreviveu e está aqui, entre nós, ganhando muito mais que eu e você.
Pensando bem, talvez seja melhor não ter
cérebro.sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Quem?!
(Óscar Fuchs)
É verdade que a copa no Brasil foi a maior porcaria que
fizeram, que os que ganham e continuam ganhando - e sempre mais - são os mesmos oportunistas de
sempre, que a roubalheira abrange tudo, todo e todos... ta, e eu?
Queria tanto fazer parte da camarilha da fifa, dos jornais e
revistinhas semanais que estão lucrando como nunca em anúncios, das TVs que
inventam a “maravilha” e que vão transmitir
essa “festa do povo”...
- De quem?
- Do povo!
- Quem?! Fala mais alto!
As agências de publicidade nunca fizeram tanta propaganda
inútil e mentirosa. Até bancas de advogados estão fazendo publicidade
prometendo conseguir indenização pelas mentiras da copa. E quando publicitários
e advogados se unem...
Empreiteiras não cumprem seus contratos e deixam obras
inacabadas. À beira da data de inauguração elas dizem que não vão terminar, que
será necessário mais dinheiro e que não podem arcar com os gastos, pois são
responsabilidade do governo, que é sustentado pelo povo...
- Por quem?
- Pelo povo!
- Quem?! Fala mais alto!
Restaurantes, bares, hotéis e similares, ou sejam, os vendedores
de balas e água no sinal, estão nos servindo com uma mão e enfiando a outra no
nosso bolso numa tunga descarada.
Até a classe mais franca e direta da sociedade, a
dos ladrões e traficantes, deu pra se aproveitar da copa e, dizem por aí, estão cobrando os
olhos da cara... quando não uma cabeça ou até um “presunto” inteiro! Céus...
onde chegamos!?
Porém, me resignei e sugiro o mesmo a vocês. Abandonemos os
revanchismos, ignoremos as provocações e o fato de não termos usado esse
dinheiro para coisas úteis e vamos torcer! Torcer!
Afinal, indo para as arenas de futebol ao menos poderemos
perceber onde faltam hospitais e escolas – que, segundo alguns, são
desnecessários. Agora não tem mais volta, a desgraça já ta feita e consolidou, todos
que podiam se aproveitar já se aproveitaram e só resta a mim, como povo...
- Quem?
- Povo!
- Quem?! Fala mais alto!
Enfim, resta-me torcer por essa seleção maravilhosa, de feitos memoráveis e inacreditáveis, com suas
lindas cores e com pretensões inigualáveis, time de pura raça, técnica e vontade...
o Uruguai.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
... Tipo...
(Óscar Fuchs)
Oi, amiguinhos! Hoje
resolvi escrever para vocês que gostam desses joguinhos... tipo... farm
ville, fish ville, Mafia Wars, City Ville, Crime City e tantos outros. Antes que carreguem o google procurando esse jogo chamado Tantos outros, não é outro jogo, é só uma expressão.
Enfim, como gostaria de ter mais seguidores, vou tentar usar a linguagem que nossos cultos e bem informados jovens usam hodiernamente... ih, desculpe... que usam hoje. Não tenho facebook, então não conheço... tipo... esses joguinhos, mas tenho uma sugestão... tipo, assim... prime pra vocês.
Enfim, como gostaria de ter mais seguidores, vou tentar usar a linguagem que nossos cultos e bem informados jovens usam hodiernamente... ih, desculpe... que usam hoje. Não tenho facebook, então não conheço... tipo... esses joguinhos, mas tenho uma sugestão... tipo, assim... prime pra vocês.
A gente gasta muito
tempo nesses joguinhos, né? Aí... tipo...
conversando com um amigo que... tipo...
curte, tive a ideia: por que não usar
esse tempo em algo útil?
Contei a ele que tenho
um blog, uma bobagem, que funciona
como um joguinho. É ...tipo... assim: eu faço o publish – publico – , ou faço um
post, de alguma coisa. No meu caso, tenho um banco de e-mails para os quais – coitados! – envio um message comunicando
que fiz um novo post ou um novo up load, ou um novo publish.
Nesse meu blog fiz o download de um counter – tipo... um contador de visitas. Então,
antes de fazer um novo publish, vejo
em que número está meu counter.
Depois de postar, envio mails para todos da minha lista de contacts, para meus feeds e, se puder, para os groups.
Além disso, dou um tweet e a coisa...tipo... se espalha.
Aí você fica pensando
que eu tenho twitter e não tenho facebook. É porque o twitter só permite ... tipo... 140 caracteres, então a gente
não recebe aquelas message chatas ...tipo...:
“À Paris, poema que fiz para meu amor quando estávamos em viagem à Cidade Luz, aos
pés da Torre Eiffel... a propósito, a Torre Eiffel foi construída para a grande
exposição de...”.
Ou aquela “Oração
a Santo Antônio, consiga um namorado”... quem, eu? Dãããããããnnnnnn! O twitter
...tipo...
não permite isso.
Mas, voltando ao
joguinho: todo blogger, que é quem...
tipo... faz um blog, tem à disposição uma Page
de statistics... tipo... “estatísticas”, entende? Pois é, aí é que entra o joguinho.
Você pode ver quantas visitas teve ... tipo...
naquele dia, naquela semana, naquele mês... tipo...
quando quiser! E mais: você pode saber outras coisas... tipo... em que países, quais sites você foi lido! Eu, por exemplo, sou muito
lido na Rússia! Vai ver que é por que ... tipo...
eles não entendem nada do que eu escrevo.
Mas é muito
legal. Uns amigos disseram que iam fazer um blog
de futebol. Ah, futebol não vale! Futebol é... tipo... muito popular. Todo mundo só quer saber de futebol! Tem que
escrever alguma coisa que seja importante... tipo... importante pra quem escreve, pra você, entende? Botar ... tipo... mulher pelada, só pra ter visita? Aí... tipo... não vale, né!?
Eu, por exemplo
acabei de fazer o publish dessa
crônica e agora vou acompanhar meu joguinho, vou ver quantas pessoas entram,
quantas visitas vou ter nos próximos minutos, dias... nas próximas semanas. Até
agora... tipo... nada. Mas é aí que
tá a graça! Estou só ...tipo... curtindo, entende? Nenhuma visita ainda. Esperando. Ninguém até agora. Esperando
ainda. Nada... tipo... ninguém ainda...
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Pérai!
(Óscar Fuchs)
Era uma vez, há muito, muito... mas muito
tempo atrás... bem, pelo menos há uns dez anos – eu é que sou muito velho -, surgiu
o maior vilão de todos os tempos, indecifrável, incompreensível, inacessível,
inalcançável: “o sistema”.
Tudo o que dava errado, tudo o que era
impossível resolver, tudo o que acontecia para “ferrar” com a vida da gente,
era “culpa do sistema”. E qualquer pessoa, atendente, gerente, ministro,
presidente, ficava isento do problema, pois o culpado... era “o sistema”.
Porto Alegre está com uma insistente e impunível
greve de transportes públicos em que o Governador diz:
- Quem, eu?
O prefeito diz:
- Eu to fora!
Os empresários do transporte dizem:
- Eu to ganhando!
O Sindicato dos Rodoviários diz:
- Eu quero o meu!
E quando a população reclama:
- E nós!?
Eles se reúnem e dizem:
- A gente na primeira pessoa do
singular e vem o povinho com esse pluralismo!*
Além dessa celeuma infindável, Porto
Alegre está com 38 graus Celsius à sombra e sensação térmica de 50 graus. Aí fui
ao Wall Mart: produtos ruins quando tem, péssimo atendimento, preços altos e o
ar condicionado não estava funcionando – o ar condicionado seria a única razão
para eu ir ao Wall Mart!!! Lembrei
do Eduardo Dusek, em “Apocalipse”. Pessoas se irritavam, a fila não andava, o
frango derretia, eu disse “bom dia”... ignorei.
Por que, afinal, o ar condicionado não
funcionava? Um funcionário respondeu:
- Pois é, com essa greve dos ônibus...!
Pérai! Para tudo! O ar condicionado vem
trabalhar de ônibus?!
A falta de transporte público virou o
segundo vilão mais “prestigiado” e aludido das últimas semanas. A falta de
transporte virou desculpa para tudo. Terremoto no Chile? Culpa da greve dos
ônibus. Qualquer coisa que acontece, em qualquer parte da cidade, do estado e
do país – e no exterior! – é culpa da greve dos transportes em Porto Alegre.
Bem, começou outra novelinha chata na TV.
E eu pergunto: culpa de quem, do sistema ou da falta de ônibus?
* Essa
frase parece balão do Henfil. Olha aí, ideia de cartum pro Santiago, pro Edgar
Vasques ou pro Bier!
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