sábado, 23 de dezembro de 2017
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Do armário
(Óscar Fuchs)
Nos
domingos de sol a querida companheira e eu, geralmente, almoçamos fora. Saímos
de casa assim, sem saber a qual restaurante ir. Fazemos um passeio e depois
decidimos. Mas antes, ainda em casa:
— O que, você vai de abrigo de futebol? — Pergunta a querida
companheira.
— Sim. — Respondo.
Sempre fui fascinado por “linguagem corporal” e, depois de
trinta anos de convivência, a gente consegue ler perfeitamente os gestos da
outra pessoa. A querida companheira colocou as mãos na cintura e já dei meia
volta para trocar de figurino. Nem precisava ouvi-la dizer:
— Você não vai a um jogo de futebol, vai a um restaurante.
Sozinho! Porque não vou com você vestindo esse abrigo velho.
Aqui em casa é diferente. Ao invés de a mulher passar horas
defronte o armário escolhendo roupa, eu é que faço isso. Não para contentar a
mim mesmo, mas a ela. Abri as portas do armário e as dúvidas pularam lá de
dentro feito duendes, saltitantes à minha volta:
— Veste a bermuda... a bermuda... — dizia um duende com seu
risinho agudo e irritante.
— A camiseta cinza... a cinza... — insuflava outro.
— É uma boa, — respondi a eles, neurótico — bermuda “à la”
militar e camiseta cinza, neutra... não tem erro!
Vesti e voltei à sala, onde a querida companheira esperava,
já impaciente.
— Então, que tal? — Exibi-me.
— Com essa camiseta? É velha, já encolheu e ainda tem essa
frase idiota.
— É bem humorada!
— Uma seta apontando para baixo e escrito “Piu-Piu solto” é
humor pra você?
— Tá bem, troco a camiseta.
Cheguei ao armário e peguei outra camiseta, ao que ela
gritou lá da sala:
— Essa da estampa “Fofucho” também é ridícula!
Devolvi a camiseta ao armário, suspirei, e decidi mudar todo
o figurino. “Calça jeans e camisa jeans. Jeans nunca falha, é normalíssimo,
combina com qualquer lugar”, pensei.
Troquei tudo pelo jeans e voltei à sala.
— Nós dois de jeans? Par de vasos? — Perguntou ela.
— E por que você não troca, então? —
Ousei.
— Ora, porque eu vesti primeiro... e jeans nunca falha, é
normalíssimo, combina com qualquer lugar.
— Quem disse isso?
— Com certeza, não foi você.
Fui eu, mas não arrisco piorar a situação com uma discussão
sobre direito autoral.
— Óquei... vou trocar de novo.
Me encaminhava de volta ao armário quando ela explodiu:
— Não precisa, não vou mais! Cansei! Já to tirando a roupa,
vou vestir minha camisola, me deitar e ver um filme no netflix... pede alguma
coisa se tiver fome, eu desisti. É sempre a mesma coisa...!
Constrangido, sem saber o que fazer, meio perdido, calado e
me sentindo culpado, também tirei a roupa e fui deitar ao lado dela, que já
conectava o netflix. Então ela levantou-se, colocou as mãos na cintura e eu só
pensei: “Quê qui eu fiz agora?” Linguagem corporal, eu sei. E ela inquiriu:
—
Vai passar o domingo todo deitado com essa cueca velha?
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Protágoras, Euatlo e... Moro!
(Óscar Fuchs)
Na Grécia Antiga a
justiça era na praça, na ágora. Dois
vizinhos que se acusavam por causa da troca de um porco por oito galinhas que
algum deles não entendeu bem, levavam seus argumentos ao júri, que decidia quem
estava com a razão. Porém, nem todos tinham talento para a oratória, ou poder
de convencimento. Então, contratavam alguém para argumentar em seu lugar, pela
sua causa. Isso logo virou uma especialização e uma profissão, a dos
argumentistas.
Logo, dados os ganhos e
o prestígio que auferia um argumentista, muitos queriam exercer a função. E
surgiram então “professores de argumentação”. Um dos mais bem sucedidos
argumentistas dessa época era Protágoras, admirado por todos e que cobrava caro
por seus serviços. Protágoras tornou-se também o mais requerido mestre de
argumentação.
Vendo a atuação de
Protágoras num daqueles júris, estava na plateia certo dia um jovem chamado
Euatlo. Ele ficou encantado com a perspicácia e a inteligência de Protágoras e
decidiu tornar-se um argumentista. Mas para isso precisaria de aulas e ele
queria ser aluno do melhor: Protágoras, o mais caro mestre. Tanto Euatlo pediu
a Protágoras que o aceitasse, que o mestre concordou em lhe dar aulas. Fizeram
um acordo: assim que Euatlo vencesse sua primeira causa, pagaria a Protágoras as
aulas recebidas.
Terminadas as aulas,
Euatlo foi em busca de trabalho, de uma causa a defender. Jovens iniciantes e
inexperientes, no entanto, tinham dificuldade em convencer novos clientes.
Assim, se passaram meses sem que Euatlo conseguisse uma causa com a qual
pudesse provar sua capacidade e pagar Protágoras. O que fez então, Protágoras?
Levou sua causa a júri: queria receber o dinheiro devido por Euatlo.
Nas discussões que
precediam as argumentações, percebia-se no povo que lotava a ágora a expectativa pelo embate: o
promissor aluno, contra o melhor dos mestres. Quem venceria?
Não houve justiça. Ninguém
venceu. Não houve conclusão. Não se chegou a um juízo. Tudo porque o grande
mestre argumentava — com razão — que o acordo firmado obrigava que Euatlo
pagasse Protágoras assim que vencesse sua primeira causa: em ganhando, Euatlo
teria de lhe pagar, pois o jovem vencera sua primeira causa; em perdendo,
Euatlo também teria de lhe pagar porque assim havia decidido o júri.
Mas, tão bom foi o
mestre e tão promissor o aluno que o argumento de Euatlo anulou o de seu
oponente. Dizia Euatlo — com razão — que o acordo firmado o obrigava pagar
Protágoras assim que vencesse sua primeira causa, logo, se Protágoras ganhasse,
nada teria que receber pois Euatlo não vencera e, se Protágoras perdesse, também
nada teria que receber pois assim decidira o júri.
E o que Moro tem a ver
com isso, além do fato de também ser do Direito? Há algum tempo chamei-o de
incompetente porque não tinha coragem de inocentar Lula pelos compromissos
assumidos com a direita, mas também não conseguia condenar Lula apesar de tanto
furungar e tentar “arranjar” provas. Ele mesmo já sabia disso e agora, de uma
vez por todas, resolveu tirar o corpo fora. Fez mais ou menos o que faz aquele
árbitro de futebol ao terminar a partida com placar em 1 a 1, sem dar
acréscimos: contenta todo mundo e se safa de acusações. A direita não poderá
acusá-lo de descompromisso, nem a esquerda poderá dizer que ele é um banana, um
pau-mandado. Ele acusou Lula! Mesmo sabendo que não vai dar em nada. Jogou pra
torcida.
Não houve justiça, como no caso de Euatlo e
Protágoras...embora por razões muito diferentes.terça-feira, 30 de maio de 2017
HQ - 2ª página da história
Há alguns anos me encomendaram uma revista em quadrinhos
sobre o Grêmio. Como, à época, o Grêmio estava naquela rivalidade com o
Palmeiras/Parmalat (um time milionário!), achamos por bem começar com aqueles
confrontos.
Mas tinha que ser uma HQ infantil, então estudei os jogadores do
Grêmio e criei caricaturas simples e bem infantis de cada um deles. Foram meses
de trabalho, gasto de materiais (só de Xerox colorido A3 gastei uma pequena
fortuna) e, no fim, adoraram. Mas.... acabou que os picaretas da revista
fugiram, não pagaram e ainda levaram os originais em nanquim e aquarela.
Consegui recuperar os originais.
Agora, vou publicar periodicamente uma página dessa revista.
Peço que compartilhem e divulguem para que todos conheçam e, eventualmente,
alguém queira publicar. Vai mais uma página.
terça-feira, 16 de maio de 2017
terça-feira, 9 de maio de 2017
Quadrinhos, HQ 3
Última tira da página inicial... página inteira. Na próxima postagem, o início da história.
Há alguns anos me encomendaram uma revista em quadrinhos sobre o Grêmio. Como, à época, o Grêmio estava naquela rivalidade com o Palmeiras/Parmalat (um time milionário!), achamos por bem começar com aqueles confrontos. Mas tinha que ser uma HQ infantil, então estudei os jogadores do Grêmio e criei caricaturas simples e bem infantis de cada um deles. Foram meses de trabalho, gasto de materiais (só de Xerox colorido A3 gastei uma pequena fortuna) e, no fim, adoraram. Mas.... acabou que os picaretas da revista fugiram, não pagaram e ainda levaram os originais em nanquim e aquarela. Consegui recuperar os originais.
Agora, vou publicar periodicamente uma tira dessa revista. Peço que compartilhem e divulguem para que todos conheçam e, eventualmente, alguém queira publicar. Vai a última tira, (em página inteira, com as tiras anteriores) do “Mosquetinho”, um menino gremista que é filho do mosqueteiro. Obrigado.
Há alguns anos me encomendaram uma revista em quadrinhos sobre o Grêmio. Como, à época, o Grêmio estava naquela rivalidade com o Palmeiras/Parmalat (um time milionário!), achamos por bem começar com aqueles confrontos. Mas tinha que ser uma HQ infantil, então estudei os jogadores do Grêmio e criei caricaturas simples e bem infantis de cada um deles. Foram meses de trabalho, gasto de materiais (só de Xerox colorido A3 gastei uma pequena fortuna) e, no fim, adoraram. Mas.... acabou que os picaretas da revista fugiram, não pagaram e ainda levaram os originais em nanquim e aquarela. Consegui recuperar os originais.
Agora, vou publicar periodicamente uma tira dessa revista. Peço que compartilhem e divulguem para que todos conheçam e, eventualmente, alguém queira publicar. Vai a última tira, (em página inteira, com as tiras anteriores) do “Mosquetinho”, um menino gremista que é filho do mosqueteiro. Obrigado.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
terça-feira, 2 de maio de 2017
Quadrinhos - HQ
Há alguns anos me encomendaram uma revista em quadrinhos sobre o Grêmio. Como, à época, o Grêmio estava naquela rivalidade com o Palmeiras/Parmalat (um time milionário!), achamos por bem começar com aqueles confrontos. Mas tinha que ser uma HQ infantil, então estudei os jogadores do Grêmio e criei caricaturas simples e bem infantis de cada um deles. Foram meses de trabalho, gasto de materiais (só de Xerox colorido A3 gastei uma pequena fortuna) e, no fim, adoraram. Mas.... acabou que os picaretas da revista fugiram, não pagaram e ainda levaram os originais em nanquim e aquarela. Consegui recuperar os originais.
Muito nanquim, aquarela e letraset... na época a computação gráfica tava ainda iniciando... e olha que eu trabalhava com "imagem digital"! As pessoas pensavam que eu trabalhava com a polícia por causa da "imagem digital". kkkkkkkk
Agora, vou publicar periodicamente uma tira dessa revista. Peço que compartilhem e divulguem para que todos conheçam e, eventualmente, alguém queira publicar. Vai a primeira tira, do “Mosquetinho”, um menino gremista que é filho do mosqueteiro. Obrigado
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Meu lado esquerdo
(Óscar Fuchs)
— Bom dia, no que posso ajudá-lo?
— Bem, doutor, é que eu quero ser mais
descontraído, andar mais à vontade, mais relaxado.
— Isso é fácil. O senhor me conta
algumas coisas da sua vida e...
— Não, doutor, não sou eu o problema. O
senhor vai ter que tratar a minha mulher.
— Ah, é mesmo? E qual é o problema dela?
— Bem, o senhor tinha um colega famoso,
o psiquiatra Oliver Sacks.
— Sim. Ele escreveu “O Homem que confundiu
sua mulher com um chapéu”.
— Esse mesmo. Antes de vir eu tomei
banho, fiz a barba, cortei o cabelo...
— E o que sua mulher tem a ver com isso?
— Olhando pra mim, o que o senhor vê de...
anormal?
— De anormal? Deixa ver... pode se
levantar, por favor? Nada. Pode sentar.
— Não seja gentil, doutor. Diga
exatamente o que não está certo comigo.
— Mmmmm... já disse, não vejo nada...
— O senhor está vendo, mas não quer
dizer.
— O que estou vendo?
— Meu dente.
— É verdade, reparei que está faltando
um dente, mas não considerei isso anormal.
— Mas minha mulher considera. Quando o
senhor percebeu que me faltava o canino esquerdo?
— Assim que o senhor entrou no
consultório.
— Tá vendo? O senhor vê meu lado
esquerdo.
— Claro que sim. E daí?
— Doutor, sou casado há trinta anos.
Minha mulher vive chamando minha atenção para minha saúde e minha aparência. Há
trinta anos, ouço ela dizer: seu cabelo tá comprido, vá ao barbeiro; Faça a
barba, parece um mendigo; Corte os pelinhos da orelha, tá como um ninho de
urubu; Camiseta horrível, vista uma daquelas polo que lhe dei. Quando nos
conhecemos ela disse: Você tem um olho lindo. Naquela época não dei atenção, é
só jeito de falar, pensei. Mas, com o tempo, fui reparando que tinha algo de errado.
Quebrei esse dente há três meses e ela ainda não disse nada.
— Ainda não entendi.
— Olha, doutor, já sorri para ela de
todas as maneiras, já dei gargalhada, já me fantasiei de Drácula e fiz de conta
que ia morder seu pescoço, mas ela não percebeu meu dente quebrado. Já imitei
até japonês sorrindo... e nada.
— E por que o senhor acha que isso é um
problema?
— Ora, doutor, trinta anos dando bronca
por causa das aparências e, de repente...?
— O que acha que está acontecendo?
— Ela não vê meu lado esquerdo, doutor.
— Desculpe, mas...
— Foi por isso que, ao nos conhecermos,
ela disse “você tem um olho lindo”, ela realmente só vê um olho meu, o olho direito!
— É bem curioso, só que...
— Nesses últimos três meses, para me
certificar, deixei a barba crescer só do lado esquerdo, ela não disse nada.
Deixei o cabelo comprido só do lado esquerdo, ela não disse nada. Usei uma
camiseta toda furada do lado esquerdo, ela não disse nada. Agora esse dente
quebrado e ela não diz nada.
— O senhor andava assim por aí, pela
rua?
— Sim. Metade coxinha e metade petralha.
E sabe de uma coisa? Descobri que adoro ser petralha!
É muito mais descontraído, mais à vontade, mais relaxado, entende?
— Entendo. Mas o que posso fazer?
— Quero que o senhor trate minha mulher
e faça com que ela não veja também meu lado direito, quero ser petralha por inteiro.
— Mas se ela não enxergar seu lado
esquerdo e nem seu lado direito, ela vai deixar de ver o senhor.
— É mesmo. Não tinha pensado nisso.
Serei invisível para ela.
— Pois é. E se o senhor a ama...
— Amo, amo sim, doutor.
— Então...
— Então, vou ter que ser meio coxinha por toda a vida... ou ela será
Diana.
— Diana, que Diana?
— O senhor não lia quadrinhos? Tinha o
Fantasma, que desapareceu e a mulher pensava que ele estava morto... a mulher
era Diana, a mulher do Fantasma.
— Ah, sim. Mais alguma coisa?
— Só mais uma coisa, doutor: se eu
trouxer um batalhão de coxinhas... o
senhor faz aquelas hipnoses coletivas?
terça-feira, 11 de abril de 2017
Artilheiro pede Música
(Óscar Fuchs)
—Gavião, estamos aqui com o astro do
jogo, Pitico! E aí, Pitico, três gols na mesma partida, pode pedir música!
— Ah, é? Posso pedir uma música?
— Pode, o que você quer ouvir
enquanto assiste a seus três gols na partida de hoje?
— Mmmmmm... deixa eu pensar...
— Pensa com calma, não é todo dia que
se faz três gols na mesma partida, não é Gavião?
— Já sei!
— Pitico já sabe qual a música que vai
querer para ilustrar seus três gols no jogo de hoje! Fala aí, Pitico: qual
música você escolhe?
— 3° movimento, allegro, Concerto de Brandenburgo, de Johann Sebastian Bach!
— Hein!?
— Bach... Johann Sebastian Bach.
— Bach... aquele roqueiro? Ele escolheu Rock, Gavião!
— Roqueiro? Não, não... é clássico.
— Clássico? Clássico do Rock, Gavião!
— É música clássica.
— Pitico... ô, Pitico... sem brincadeira! Pede aí uma coisa
mais simples, que todo mundo goste e conhece...
— Tá. Que tal o Canon em
Ré maior?
— “Canhão...”, isso também só pode ser rock! Ele é um
rockeiro, Gavião!
— Não, é um cânone e foi composto por Johann Pachelbel. Começa em ré maior e faz sempre a mesma sequência... drammm...drammmm...drammm...
— É clássico! Bateria fazendo drrrrammmm,
drrrammmm, drrrammm, Gavião!
— Não é a bateria, é a harmonia: ré, ré com dó sustenido, si menor...
— Menor, Gavião... ele é
modesto!
— Todo mundo conhece... super popular... sempre tocam em casamentos... é
um clássico!
— É clássico, gente! Clássico como foi o de hoje, quando Pitico fez três
gols pra esse povo! E esse povo quer ouvir a música dos três gols, uma música
do povo, conhecida... pede aí, Pitico!
— O Canon também não pode?
— Nada de canhão aqui, pede algo que todos cantem junto!
— Tá, peraí... é difícil, hein?
— É, Pitico, não é fácil... mais fácil é fazer três gols na mesma
partida! Escolhe aí a sua música.
— Ahnnnnn... Telemann... concerto em dó menor para oboé, cordas e baixo
contínuo.
— Tele-Man, isso é música
eletrônica, Gavião!
— Não é Tele-Man, é Telemann!
— Não é música eletrônica, Gavião! É música de internet... essa
juventude, hein Gavião?
— Tá bem, vamos simplificar.
— Êba...vam’lá, pode pedir, Pitico! Ele vai pedir a música, Gavião!
— Mstislav Rostropovich.
— Quê?
— Suite número 1 para Cello em sol maior...
— Cello... Cello... seria aquela música do Padre Marcelo?
— Não, não, é de Bach...
— Pô, de novo esse “Bah!”, você é gaúcho? Pensa no Neymar:
“Eu quero Tchun, Eu quero Tchan...”
— Ah, boa! A quinta de Beethoven, tchan-tchan-tchan-tchan... Essa é popular, todo mundo conhece.
— Não dá Pitico, outra.
— Tá bem, então que tal Wolfang Amadeus Mozart?
— Finalmente! Uma música evangélica, um gospel como pedem
todos os jogadores!
— Não, não é evangélico.
— Mas, você disse “Ama Deus”...
— É o nome dele... aliás, o nome dele nem era Amadeus...
— Tá bem, tá bem, qual a música dele que você quer então?
— Flauta Mágica, pode ser? A ária... pode ser?
— Que beleza! Esse cara tem bom gosto! A área é o terreno
dele, é onde ele atua, Gavião! Pequena área, grande área... ele sabe tudo
daquele território, Gavião!
— Não, não é área, é Ária. A ária é A rainha
da noite, da ópera A Flauta Mágica.
— Ih, Gavião... A rainha
da noite só pode ser a mulher do Pitico,
né Pitico?
— Na verdade não, é...
— Pede outra, qualquer uma, aquela que você quiser... não é
mesmo, Gavião?
— Outra... Don Giovanni, pode?
— Claro que pode! Gavião, toca aí, pra acompanhar os três
gols do Pitico, Gian e Giovani... pode ser qualquer uma.
segunda-feira, 3 de abril de 2017
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